Uma gravação enviada à reportagem por uma prestadora de serviços que atuava por meio da empresa IGEVE revela que o secretário municipal de Educação, Anderson, reconheceu que há repasses atrasados da Prefeitura à empresa responsável por parte da mão de obra terceirizada do município.
A profissional questiona diretamente o secretário:
“Esse repasse não foi nada atrasado?”
Em resposta, Anderson é categórico:
“Tem sim atrasado.”
Na conversa, ele afirma que a Prefeitura realizou um grande repasse recentemente, mas admite que a quitação não ocorreu dentro do prazo ideal:
“Prefeitura não pagou… não pagou vírgula. Prefeitura está fazendo repasse atrasado, sim, mas está fazendo.”
Repasse de R$ 670 mil confirmado pelo secretário
O secretário diz que, na sexta-feira anterior, o município repassou R$ 670 mil à IGEVE conforme acordo firmado:
“Nós fizemos na sexta-feira um repasse de 670 mil, viu? Isso porque eu assinei o repasse, então tem aí a minha palavra.”
Segundo ele, após receber o valor, cabe agora à empresa arcar com os pagamentos dos funcionários, especialmente os que serão desligados em dezembro devido ao fim do contrato.
Secretário afirma que a IGEVE “força situação” para tentar renovar contrato
Ao longo da gravação, Anderson sugere que a empresa estaria criando dificuldades para pressionar a administração a renovar o contrato:
“Eles estão criando uma situação pra gente renovar o contrato, mas o Ministério Público já orientou que não é pra renovar da forma que tá.”
Ele explica que o MP apontou problemas no contrato vigente e que uma eventual renovação poderia trazer consequências legais para a gestão:
“Se nós fizermos isso, o prefeito pode responder juridicamente por isso. O contrato tem alguns detalhes que o Ministério Público apontou.”
Prestadores seguem sem pagamento
Apesar do repasse, a prestadora afirma que continua sem receber, assim como outros profissionais que atuavam pela empresa. Ela diz que teme ficar sem qualquer garantia ao ser dispensada no fim do ano.
Ao reconhecer a dificuldade dos trabalhadores, o secretário afirma:
“Da forma que tá, tá difícil até pra gente. Porque todo mundo tem família.”
Situação segue indefinida
Com o contrato chegando ao fim e o repasse de R$ 670 mil já efetuado, a principal dúvida dos trabalhadores envolve quando a IGEVE realizará os pagamentos — especialmente rescisões e salários pendentes.
A reportagem solicitou posicionamento oficial da Prefeitura de Ourinhos e da empresa IGEVE.
Até o momento, não houve resposta.