A situação financeira da Prefeitura de Ourinhos chegou a um ponto crítico. Dados divulgados pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), atualizados em 5 de dezembro e referentes ao mês de outubro, mostram um rombo que ultrapassa R$ 125 milhões. A cidade registrou R$ 587 milhões em receitas, mas gastou R$ 712 milhões no mesmo período — um desequilíbrio que acende o sinal vermelho para o fim do ano.
O impacto já é sentido em várias frentes da administração municipal. Empresas terceirizadas que prestam serviços essenciais, como a Santa Casa e o Igeve, acumulam atrasos recorrentes nos pagamentos. Servidores comissionados também tiveram os salários de novembro depositados fora da data, e há relatos de falhas nos repasses dos consignados dos funcionários públicos.
A tentativa de frear a crise veio por meio de um decreto de contingenciamento assinado pelo prefeito Guilherme Gonçalves, que buscava enxugar despesas e reorganizar o fluxo financeiro. No entanto, a medida não foi suficiente para conter o avanço do déficit, que continua crescendo mês a mês.
O cenário contrasta com o início da gestão. Em 1º de janeiro, Guilherme assumiu o Executivo com mais de R$ 73 milhões em caixa, valor que agora parece distante diante do déficit acumulado e das dificuldades para honrar compromissos básicos.
Com o ano chegando ao fim, o município encara um dos períodos mais delicados de sua história recente, sem sinais de recuperação imediata e com preocupação crescente sobre os efeitos que a crise fiscal pode gerar nos serviços prestados à população.