A Polícia Civil desmantelou, na tarde desta terça-feira (2), uma fundição clandestina no Jardim Santos Dumont, em Ourinhos, que funcionava como ponto de processamento de fios de cobre furtados — um dos crimes que mais prejudicam a infraestrutura urbana e empresas de telecomunicação na cidade.
A operação foi conduzida pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Ao chegar ao imóvel, os policiais se depararam com uma estrutura improvisada, mas altamente perigosa, montada no quintal da residência. Havia caldeiras, botijões de gás adaptados, moldes metálicos, ferramentas específicas e até balança de precisão — tudo usado para derreter, purificar e transformar o cobre furtado em lingotes.
No local, os agentes encontraram grande quantidade de cabos telefônicos da Vivo/Telefônica, muitos já queimados, além de peças inteiras prontas para alimentação da fornalha clandestina. Lingotes ainda quentes mostravam que o trabalho ilegal ocorria momentos antes da chegada da polícia. Ao todo, mais de 300 quilos de material foram apreendidos, todos identificados como produto de furto.
Além do crime de receptação, a operação revelou riscos graves: a queima dos cabos liberava gases tóxicos e contaminantes, configurando crime ambiental, enquanto o uso irregular de GLP e estruturas improvisadas colocava em perigo toda a vizinhança.
O responsável pelo imóvel foi preso em flagrante por receptação qualificada, poluição ambiental, exercício ilegal de atividade potencialmente poluidora e crime contra a ordem econômica. Ele foi levado à delegacia e permanecerá detido até audiência de custódia.
A Polícia Civil agora investiga possíveis vínculos do suspeito com quadrilhas especializadas em furtos de cabos, crime que tem causado interrupções de serviços telefônicos e de internet, além de prejuízos milionários à concessionária e transtornos à população.