Um incêndio de grandes proporções atingiu na tarde desta terça-feira (25) a Penitenciária de Marília (SP) e terminou em tragédia: sete detentos morreram e outros ficaram feridos após a fumaça tomar conta do setor conhecido como “inclusão”, área onde ficam presos recém-chegados.

Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o fogo começou quando um detento ateou fogo aos próprios pertences dentro da cela. As chamas se alastraram rapidamente e a fumaça densa se espalhou por toda a ala, provocando pânico e dificultando a ação dos policiais penais.

As equipes que trabalhavam no local foram as primeiras a tentar conter o incêndio até a chegada do Corpo de Bombeiros. Apesar dos esforços, vários detentos acabaram intoxicados pela fumaça altamente tóxica, causa provável das mortes.

O preso identificado como responsável pelo início do incêndio — Leandro Inácio da Silva, de 34 anos — sobreviveu e está internado sob escolta policial. Sua prisão preventiva já foi decretada e ele deve responder por múltiplos homicídios.

A Polícia Civil confirmou a identidade dos sete mortos e abriu inquérito para apurar as circunstâncias da tragédia. A SAP também instaurou investigação interna para identificar eventuais falhas na segurança e na resposta emergencial.

O caso reacende discussões sobre as condições estruturais das unidades prisionais do Estado, incluindo a dificuldade de controlar incidentes em áreas superlotadas e com pouca ventilação. Especialistas apontam que incêndios em celas têm alto potencial letal devido ao acúmulo de materiais inflamáveis e à demora na evacuação dos presos.

A penitenciária, que já enfrentava críticas por condições precárias, passa agora por perícia completa. Enquanto isso, famílias aguardam informações oficiais e o Estado promete rigor na apuração.

A tragédia em Marília coloca novamente o sistema prisional paulista sob pressão — e deixa claro que a prevenção continua sendo o maior desafio para evitar novas perdas de vidas.