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Professor da Unesp é demitido após 44 denúncias de assédio
Por RÁDIO MELHOR FM
Publicado em 18/11/2025 16:08
Região

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) demitiu por justa causa o professor Rafael Salatini de Almeida, do campus de Marília, após a abertura de um processo administrativo que reuniu 44 denúncias de assédio feitas por estudantes. A decisão, tomada após meses de apuração, encerra um dos casos mais graves já registrados na instituição.

As denúncias começaram a surgir em maio de 2024, quando o Centro Acadêmico de Relações Internacionais encaminhou à Ouvidoria relatos de estudantes que se sentiram expostos, constrangidos ou intimidados durante as aulas. Segundo as queixas, o professor teria feito comentários de cunho sexual, machista, xenófobo e racista, além de utilizar linguagem depreciativa sobre mulheres e minorias. Esses relatos foram confirmados durante o processo interno.

Após análise das acusações, a Unesp concluiu que houve “procedimento irregular de natureza grave” e “conduta moralmente questionável”, determinando a demissão do docente.

A defesa do professor, porém, contesta a decisão. Advogados afirmam que Rafael Salatini possui Transtorno Afetivo Bipolar e Síndrome de Asperger (TEA), sustentando que laudos médicos — emitidos inclusive por profissionais ligados à própria universidade — apontam que ele passava por um surto psiquiátrico no período em que as denúncias ocorreram. Segundo a defesa, isso comprometeria sua capacidade de discernimento e tornaria a demissão desproporcional.

Os representantes do professor argumentam que a universidade deveria ter considerado outras medidas, como um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), e anunciaram que irão recorrer à Justiça para tentar reverter a decisão.

A Unesp, por sua vez, mantém a posição de que o conjunto das denúncias e as provas colhidas justificam a demissão por justa causa.

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