A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (10) uma operação para desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes envolvendo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O grupo é acusado de criar sites falsos que simulavam a inscrição oficial no exame e aplicar golpes em milhares de estudantes em todo o país.
Segundo as investigações, mais de 35 mil pessoas caíram no golpe, gerando um prejuízo estimado em mais de R$ 3 milhões. Os criminosos criaram páginas semelhantes ao portal do Inep (órgão responsável pelo Enem) e investiram em anúncios patrocinados nas redes sociais para alcançar candidatos desavisados.
Cada vítima acreditava estar pagando a taxa oficial de inscrição, no valor de R$ 85, mas o dinheiro era desviado para uma empresa privada ligada a uma fintech, já conhecida por diversas reclamações na internet por cobranças indevidas e não entrega de serviços.
Durante a operação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Praia Grande (SP), e a Justiça determinou o bloqueio de bens dos investigados. Um dos suspeitos já tem pelo menos 15 registros criminais por estelionato.
Ainda de acordo com a PF, muitos estudantes foram prejudicados e até deixaram de participar do Enem 2023 por caírem em fraudes semelhantes.
Como o golpe funcionava?
Os estudantes acessavam os sites falsos pensando se tratar do canal oficial do Enem. Após preencherem seus dados, eram orientados a realizar o pagamento da taxa via Pix. O valor, no entanto, ia para contas ligadas à organização criminosa.
A Polícia Federal alerta: para evitar cair em golpes, os candidatos devem sempre realizar a inscrição exclusivamente pelo site oficial https://enem.inep.gov.br/participante, e verificar se o destinatário do Pix é o Inep.
A investigação segue em andamento, e os envolvidos poderão responder pelos crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.