A empresa Terceriza Segurança Ltda, responsável até recentemente pela vigilância patrimonial da Câmara Municipal de Ourinhos, denunciou o Legislativo ao Ministério Público, alegando ter sofrido retaliação política após se recusar a manter funcionários indicados por vereadores.
O contrato, no valor de R$ 814 mil anuais, foi rompido no mês passado. Segundo a empresa, a demissão de alguns vigilantes — supostamente ligados a vereadores — teria motivado a rescisão. Em documento encaminhado ao MP, a Terceriza afirmou que “cada vigilante era tratado como cargo de confiança de um vereador” e classificou o episódio como uma “grave ilegalidade”, por ferir o princípio da impessoalidade e contrariar normas de licitação.
A denúncia inclui áudios de um ex-funcionário que confirma ter recebido orientações sobre vínculos políticos dentro da Câmara. A empresa também acusa o Legislativo de criar uma “emergência fabricada” para justificar a contratação de uma nova empresa de forma emergencial, logo após o rompimento do contrato.
Em nota oficial, a Câmara de Ourinhos negou qualquer tipo de interferência política e afirmou que a rescisão ocorreu por irregularidades na execução do serviço, como o funcionamento de apenas um posto de vigilância quando o contrato previa dois, substituições de funcionários sem aviso prévio e vigilantes trabalhando sem uniforme.
O caso agora está sob análise do Ministério Público, que deve avaliar os documentos e áudios apresentados pela empresa para decidir se abre uma investigação formal.