A Polícia Civil do Paraná deflagrou nesta terça-feira (21) a segunda fase da Operação Dom Pablo, uma das maiores ações já realizadas contra o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro no Norte Pioneiro. A ofensiva resultou em 36 prisões, seis flagrantes e na apreensão de veículos de luxo, imóveis, armas e dinheiro em espécie.
De acordo com o delegado-chefe da 12ª Subdivisão Policial de Jacarezinho, Amir Salmen, o principal foco desta etapa foi atingir o núcleo financeiro da organização criminosa. “Nosso objetivo foi desarticular a parte monetária da quadrilha. Foram expedidos 42 mandados de prisão, com 36 cumpridos, além de bloqueios bancários e apreensões de alto valor”, afirmou.
O delegado Pedro Cáprio, responsável pelo inquérito, revelou que a quadrilha movimentou cerca de R$ 120 milhões desde 2021, utilizando empresas de fachada para lavar o dinheiro oriundo do tráfico. Uma clínica estética em Santo Antônio da Platina, posteriormente transferida para Hortolândia (SP), era usada para disfarçar pagamentos ilícitos. A proprietária foi presa.
Entre os bens apreendidos estão 15 veículos de luxo avaliados em R$ 2,5 milhões, quatro imóveis e R$ 700 mil em espécie. O grupo transportava drogas do Mato Grosso do Sul para o Paraná.
As investigações começaram após duplos homicídios ligados a disputas de território, e o líder da facção foi preso em 2024, em Balneário Camboriú (SC). Parte dos criminosos será transferida para presídios federais sob Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), para impedir que sigam comandando o crime de dentro das prisões.
A Polícia Civil não descarta uma terceira fase da operação, conforme o material apreendido for analisado. “Desarticulamos o núcleo central da organização, mas seguimos investigando”, destacou Cáprio.
Para Salmen, a operação reforça o fortalecimento da instituição. “A Polícia Civil do Paraná está estruturada e preparada para enfrentar o crime organizado”, concluiu.
Foto: Claubinho Souza/Bora Ver