Um marco na história da medicina foi alcançado com a realização da primeira cirurgia feita de forma totalmente autônoma por um robô equipado com inteligência artificial. O procedimento ocorreu na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e envolveu a remoção de uma vesícula biliar — cirurgia conhecida como colecistectomia.
O mais impressionante é que não houve interferência humana direta durante a operação. O robô, chamado STAR (Smart Tissue Autonomous Robot), desenvolveu a cirurgia com precisão, demonstrando autonomia e segurança comparáveis — ou até superiores — às de um cirurgião experiente.
Como funciona o robô-cirurgião?
O STAR faz parte do projeto Smart Tissue Autonomous Robot, da empresa Hstar Technologies. Ele é guiado por um sistema de câmeras em 3D, sensores e algoritmos de aprendizado de máquina. Isso permite que o robô tome decisões em tempo real, adaptando-se a imprevistos durante o procedimento.
O equipamento foi testado exaustivamente em modelos de tecidos e simulações de cirurgias, inclusive com situações complexas, como sangramentos e deslocamentos de órgãos.
Precisão milimétrica
O desempenho do robô surpreendeu: a cirurgia foi concluída em 1 hora e 47 minutos, com precisão e sutura impecáveis, sem necessidade de ajustes humanos. Além disso, o STAR conseguiu aprender com experiências anteriores, tornando-se cada vez mais eficiente — um avanço importante para a segurança do paciente.
Implicações para o futuro da medicina
A realização dessa cirurgia é considerada um divisor de águas. Especialistas afirmam que a cirurgia robótica autônoma pode ampliar o acesso a procedimentos complexos, principalmente em regiões onde há escassez de profissionais qualificados.
Para o professor Axel Krieger, da Universidade Johns Hopkins, “estamos diante de um novo paradigma, onde a tecnologia pode suprir deficiências da prática médica tradicional e tornar procedimentos mais seguros e acessíveis”.
E o papel dos médicos?
Apesar do avanço, os especialistas ressaltam que os médicos continuarão sendo indispensáveis. A tecnologia atua como aliada, oferecendo precisão e suporte em tarefas repetitivas ou de alto risco, mas a supervisão humana segue fundamental para tomadas de decisão complexas e para lidar com emergências.
Esse feito reforça como a integração entre inteligência artificial e medicina está moldando o futuro da saúde, aproximando-se de uma nova era de cirurgias mais precisas, seguras e acessíveis.