Urânio "sumido" no Rio de Janeiro
Em 2023, a Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), localizada em Resende (RJ), registrou o desaparecimento de duas pequenas ampolas contendo urânio enriquecido a 4,25%, totalizando 16 gramas do material. A INB (Indústrias Nucleares do Brasil) relatou que eram apenas amostras-teste utilizadas para auditorias internas.
O Ministério Público Federal arquivou o inquérito em junho de 2025, classificando o caso como erro operacional, sem evidências de roubo ou desvio. Porém, o desaparecimento do material gerou especulações por envolver um elemento estratégico, mesmo em quantidade considerada inofensiva para usos militares.
Navios militares sem permissão
Quase no mesmo período do desaparecimento das amostras, dois navios militares estrangeiros foram flagrados na costa brasileira sem autorização formal do Ministério da Defesa. As embarcações estariam operando próximo a portos estratégicos no Sudeste, levantando suspeitas de espionagem, coleta de dados e possível interesse em estruturas nucleares.
Embora o Governo Federal tenha minimizado o caso, fontes militares teriam admitido que o monitoramento eletrônico foi intensificado e que houve "movimentações atípicas" no litoral.
Israel levanta suspeitas internacionais
Em meio a esse cenário, o governo de Israel surpreendeu a comunidade internacional ao declarar que teria indícios de que um país ocidental forneceu urânio ao Irã — na contramão das sanções e acordos internacionais sobre não proliferação nuclear.
A denúncia foi vaga, sem nomes. Contudo, analistas geopolíticos passaram a especular sobre possíveis rotas clandestinas de fornecimento, inclusive pela América Latina. O Brasil foi citado informalmente em fóruns internacionais como um país “com histórico recente de incidente não esclarecido com material nuclear”.
Coincidência ou sinal de alerta?
Até o momento, não há provas de ligação entre os três eventos. Autoridades brasileiras tratam os episódios como casos isolados: o desaparecimento das amostras foi encerrado; os navios seriam apenas “desvio de rota” e a fala de Israel foi vista como estratégia política.
Porém, a sequência de fatos reacende um debate importante sobre a transparência no setor nuclear brasileiro, a vigilância costeira e a responsabilidade internacional. Afinal, o país que defende o uso pacífico da energia nuclear não pode se dar ao luxo de brechas, por menores que pareçam.