A brasileira Rebeca Andrade conquistou nas Olimpíadas de 2020, nesta quinta-feira (29), uma inédita medalha para a ginástica artística do país. A ginasta ficou com a medalha de prata no individual geral, que premia a atleta com a performance mais completa em quatro aparelhos. Foi, também, o primeiro pódio de uma mulher brasileira na ginástica artística dos Jogos Olímpicos.
Rebeca terminou as quatro provas – salto, barras assimétricas, trave e solo – com 57.298, menos de dois décimos atrás da norte-americana Sunisa Lee (57.433). A russa Angelina Melnikova, que também estava na disputa pelo ouro, foi bronze, com 57.199.
Ela chegou até o último aparelho, o solo, com boas chances de levar o ouro. Ao som do hit funk "Baile de Favela", Rebeca fez uma apresentação contagiante. A brasileira, no entanto, pisou duas vezes fora do tablado, o que tirou alguns décimos de sua nota, e não conseguiu superar a norte-americana.
Com uma performance um pouco melhor que a brasileira, Sunisa Lee, 18, cravou 13.700 no solo e herdou a medalha de ouro conquistada por Simone Biles nos Jogos do Rio de Janeiro.
Rebeca tem chances ainda de levar mais duas medalhas nas Olimpíadas 2020, nas finais do salto, no próximo domingo (1º), e do solo, na segunda (2).
Quatro candidatas ao lugar de Simone Biles
A final do individual geral feminina ficou marcada por uma das maiores histórias das Olimpíadas 2020: a desistência da atual campeã olímpica e favoritíssima ao bi, Simone Biles.
A norte-americana, líder na classificatória, justificou que ficaria fora da disputa para cuidar de sua saúde mental e ainda não confirmou se participará das quatro finais de aparelhos ou se abandonará os Jogos de Tóquio.
Sem Biles, a brasileira nascida em Guarulhos chegou à decisão como a melhor entre as 24 finalistas. Mas a decisão, por tudo que as principais ginastas do mundo demonstraram nas provas anteriores, prometia ser acirrada. E assim foi.
Além de Sunisa Lee e Rebeca Andrade, as russas Melnikova e Vladislava Urazova - que já conquistaram o ouro na final por equipes em Tóquio - também se colocaram como candidatas ao primeiro lugar. Das quatro, apenas Urazova não conseguiu chegar ao pódio. Mas ficou perto: ela somou 56.966 e ficou a menos de três décimos de levar uma medalha.
Disputa equilibrada em todos aparelhos
Rebeca começou a disputa justamente no salto, seu aparelho mais forte e onde também se classificou para a final. Ela marcou 15.300 – a melhor entre as finalistas de sua rotação – e assumiu a primeira posição.
Na sequência, foi para as barras assimétricas, fez uma boa apresentação e melhorou sua participação em relação às classificatórias – alcançou 14.666, contra 14.200 da nota tirada no domingo (25).
Na trave, com uma apresentação segura, ela conseguiu a nota de 13.266, mas houve de pedido de revisão para os juízes, que aumentaram a nota em quatro décimos. Isso fez com que a brasileira chegasse ao último aparelho, o solo, na segunda posição, atrás apenas de Sunisa Lee.
A 5ª medalha do país na ginástica
Essa é a quinta medalha da história do país na ginástica artística das Olimpíadas, inédita tanto entre as atletas brasileiras quanto na tradicional prova do individual geral.
Arthur Zanetti foi o primeiro a conseguir o pódio, conquistando o ouro em 2012 e a prata em 2016, sempre nas argolas. Na disputa do solo nas Olimpíadas do Rio, Diego Hypólito foi prata e Arthur Nory levou o bronze.