As universidades federais brasileiras reagiram com preocupação ao corte de R$ 488 milhões no orçamento previsto para 2026, aprovado pelo Congresso Nacional durante a análise do Projeto de Lei Orçamentária. A redução atinge diretamente os recursos usados para manter o funcionamento básico das instituições.
Com o corte, o orçamento discricionário — aquele que as universidades utilizam para pagar contas de água, energia, segurança, limpeza, manutenção predial e assistência estudantil — cai para cerca de R$ 6,4 bilhões, valor considerado insuficiente por reitores e entidades do setor.
Em nota oficial, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) alertou que a medida pode comprometer atividades essenciais de ensino, pesquisa e extensão, além de colocar em risco programas de permanência estudantil, fundamentais para alunos em situação de vulnerabilidade social.
Um dos pontos mais sensíveis, segundo a entidade, é a redução nos recursos destinados à assistência estudantil, que inclui bolsas, moradia, alimentação e transporte. Sem esses auxílios, milhares de estudantes podem enfrentar dificuldades para continuar seus cursos.
Parlamentares ligados à área da educação também criticaram a decisão, afirmando que o corte contradiz o discurso de valorização do ensino superior e da ciência no país. Para eles, o orçamento aprovado não acompanha o crescimento das despesas obrigatórias nem a inflação.
O Ministério da Educação informou que avalia alternativas para reduzir os impactos da medida, mas reconhece que o cenário orçamentário para 2026 é desafiador.
A Andifes reforça que, sem a recomposição dos recursos, as universidades podem enfrentar dificuldades já no início do próximo ano letivo.