A Justiça de São Paulo suspendeu o júri popular de Luis Fernando Silla de Almeida, de 46 anos, acusado de assassinar e esquartejar o menino Mateus Bernardo Valim de Oliveira, de 10 anos, em Assis. O julgamento, que estava marcado desde maio, foi interrompido após a defesa pedir a abertura de um incidente de sanidade mental para avaliar a capacidade psicológica do réu.
Com a decisão, o processo fica paralisado até que um laudo psiquiátrico determine se o acusado tinha plena consciência dos seus atos na época do crime. Apenas depois disso o Tribunal do Júri poderá ser remarcado, o que ainda não tem previsão.
Um crime que chocou Assis
O caso ganhou repercussão regional e estadual pelo nível de brutalidade. Segundo a investigação, o acusado, vizinho da família, atraiu o menino com a promessa de um passeio. Ao perceber que a criança havia resistido a uma tentativa de abuso, ele teria matado Mateus com uma pedrada. Horas depois, voltou ao local com uma serra para tentar ocultar o corpo, que foi encontrado esquartejado em dezembro do ano passado.
A Polícia Civil indiciou o suspeito por homicídio qualificado, estupro de vulnerável, ocultação de cadáver e fornecimento de bebida alcoólica a menor. Luis Fernando está preso preventivamente desde então.
População cobra julgamento
A suspensão causou frustração e revolta entre moradores de Assis, que acompanham o caso desde o início e esperavam que o réu fosse julgado ainda este ano. O adiamento reacende o debate sobre a demora na conclusão de crimes graves e sobre a necessidade de maior celeridade em processos envolvendo violência contra crianças.
Enquanto o laudo psiquiátrico não fica pronto, a família da vítima e toda a comunidade seguem aguardando um novo desfecho — e a marca deixada pelo crime continua presente na cidade.