O Vaticano divulgou nesta semana um documento oficial que reacendeu o debate sobre o papel de Maria na fé católica. A nota, aprovada pelo Papa Leão XIV e publicada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, reforça que Jesus Cristo é o único redentor da humanidade — e que, portanto, Maria não “salvou o mundo”, como algumas interpretações populares sugerem.

O texto, intitulado Mater Populi Fidelis (“Mãe do Povo de Deus”), esclarece que, embora Maria seja venerada como mãe de Jesus e modelo de fé, ela não pode ser chamada de “co-redentora” ou “co-salvadora”, pois isso geraria confusão teológica e enfraqueceria o papel central de Cristo.

“Nenhuma pessoa humana — nem mesmo a Virgem — pode agir como dispensadora universal da graça; somente Deus a concede por meio de Cristo”, afirma o documento.

A orientação surge em meio ao crescimento de grupos devocionais que exaltam Maria com títulos e funções que, segundo o Vaticano, extrapolam o ensinamento bíblico e a tradição da Igreja.

A Santa Sé reforça, no entanto, que a devoção mariana continua essencial para a vida cristã, desde que seja sempre voltada para Cristo. Maria, explica o texto, “indica o caminho da fé e obediência, como primeira discípula”, mas não divide com Jesus a missão da redenção.

A decisão busca, segundo o Vaticano, “restaurar o equilíbrio da fé” e reafirmar que a salvação da humanidade foi alcançada unicamente pelo sacrifício e ressurreição de Jesus Cristo.