O empresário Adriano, dono de duas flutuantes em Santa Maria da Serra (SP), denuncia que um golpista está usando seus vídeos e sua voz, retirados do TikTok, para enganar clientes em um perfil falso no Instagram. Segundo ele, o criminoso paga para impulsionar anúncios, oferecendo o imóvel para locação, enviando fotos e vídeos, e convencendo as pessoas a fazerem transferências via Pix.
“Ele fala igual eu, escreve como eu falo nos vídeos. Quando a vítima descobre o golpe, ainda ameaça, dizendo que vai mandar ‘presentinho’ na casa”, relata Adriano.
Uma das vítimas, um microempresário de 57 anos de Itupeva (SP), contou que viu o anúncio, negociou pelo WhatsApp e pagou pela diária e por iscas de pesca. Ao chegar, descobriu que não havia reserva. “Por sorte, o Adriano me ajudou e alugou a casa de verdade por um preço mais baixo”, disse.
Outro cliente relatou ter recebido vídeos, escolhido a data e feito o Pix. O golpista chegou a enviar a localização verdadeira da propriedade, mas confessou o golpe por mensagem, afirmando: “Infelizmente não tem reserva nenhuma. Você caiu em um golpe! É só bloquear e vida que segue”.
Adriano registrou boletim de ocorrência, mas as vítimas também precisam denunciar individualmente para que a investigação avance. Ele diz que já tentou derrubar os perfis falsos, mas o golpista continua atingindo um grande público. “Teve gente que chegou com mala e cuia. Fico com dó e, às vezes, até coloco na casa de verdade por um preço menor para ajudar”, conta.
Como se proteger de golpes assim
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Desconfie de preços muito abaixo do mercado;
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Evite pagamento antecipado sem visitar o imóvel;
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Cuidado com quem diz estar fora do país;
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Verifique se as fotos não foram retiradas de outros anúncios;
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Não negocie apenas pelo WhatsApp com quem evita encontros presenciais.
E se já fez o Pix?
Especialistas orientam guardar todas as provas — conversas, comprovantes, dados bancários —, registrar boletim de ocorrência e avisar o banco. A recuperação do valor é difícil, mas possível se o dinheiro ainda estiver na conta do golpista, por meio de bloqueio judicial. Em alguns casos, instituições financeiras e plataformas podem ser responsabilizadas se houver falhas na prevenção de fraudes.