Um grito de socorro rompendo o silêncio de um bairro em Bauru (SP) foi o que impediu uma tragédia maior. Na última sexta-feira (18), vizinhos acionaram a Polícia Militar após ouvirem gritos desesperados vindos de uma residência. Quando os policiais chegaram ao local, se depararam com uma cena revoltante: duas crianças pequenas, de 3 e 4 anos, com marcas de agressão no rosto e no ombro — e o agressor seria o próprio padrasto.
A mãe, que está grávida, também foi alvo da violência. Em depoimento, ela contou que o relacionamento durava nove meses e que, desde o quarto mês de convivência, as agressões se tornaram frequentes. Em maio, chegou a solicitar uma medida protetiva, mas desistiu após perdoar o agressor — decisão que, infelizmente, colocou a família em risco mais uma vez.
O homem, que já tinha dois boletins de ocorrência anteriores por violência doméstica, foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva, sem direito a fiança. A mulher e as crianças foram acolhidas, passaram por exame de corpo de delito e estão sob proteção.
O caso reacende um alerta urgente: a violência doméstica não dá segundas chances. O silêncio, o medo e o perdão forçado alimentam o ciclo da agressão. Quando a vítima volta atrás, o agressor avança. E, muitas vezes, quem paga o preço são os inocentes — como essas duas crianças brutalmente machucadas dentro do próprio lar.
Se você presencia ou sofre qualquer tipo de violência, denuncie. Ligue 180. Salvar uma vida pode começar com uma ligação.