Mesmo com alta médica, 23 pacientes continuam internados no Hospital Estadual Manoel de Abreu, em Bauru (SP), por um motivo alarmante: não têm para onde ir. Eles aguardam vagas em instituições de acolhimento social, o que impede novas internações e sobrecarrega a rede pública de saúde.
A situação, classificada como crítica, mobilizou a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que cobrou providências urgentes da Secretaria Municipal de Assistência Social e do hospital. O órgão identificou que parte dos leitos está sendo ocupada por pessoas em situação de vulnerabilidade, que já poderiam ter deixado o hospital — se tivessem um lar ou abrigo para retornar.
Na quinta-feira (17), uma reunião envolvendo Prefeitura, Ministério Público e Departamento Regional de Saúde (DRS) resultou em medidas imediatas. Entre elas, a transferência de pacientes com quadros neurológicos graves para o Hospital Lar Irmã Dulce, em Piraju, referência em cuidados de longa permanência.
Outras ações também foram definidas:
Abertura de novas vagas em abrigos e instituições para idosos;
Encaminhamento de casos com familiares ao Ministério Público, para responsabilização legal;
Monitoramento contínuo da situação, com nova reunião agendada para setembro.
Dos 23 pacientes identificados inicialmente, 13 ainda seguem internados por falta de destino adequado. A Defensoria alerta que o problema é reflexo direto da falta de estrutura nos serviços de assistência social, e que a permanência hospitalar sem necessidade médica pode configurar abandono institucional.
O caso acende um sinal de alerta sobre a urgência de políticas públicas que integrem saúde e assistência social de forma eficaz — para que o hospital seja lugar de cura, e não um abrigo por falta de opção.