Ação promove o reflorestamento e intercala o plantio de árvores com culturas alimentares utilizando sementes crioulas.
Com o objetivo de minimizar os impactos ambientais, contribuindo para o uso sustentável dos recursos naturais, a Prefeitura de Marília deu início ao projeto piloto "Agrofloresta - Produzindo Sustentabilidade", no bairro Manacá, zona norte da cidade.
A ação acontece por meio do Sistema Agroflorestal (SAF), que reúne as culturas de importância agronômica, em consórcio com a recuperação e preservação florestal.
O SAF é considerado o sistema de produção que mais se aproxima de uma floresta natural, equilibrando a preservação da área com seu uso em benefício da segurança alimentar, já que as sementes utilizadas no plantio - chamadas de crioulas - não têm alteração genética ou utilização de produtos químicos, sendo sinônimo de alimentação saudável.
A iniciativa é coordenada pelos ambientalistas Diego de Moura Tramarim, João Carlos Tramarim e André Luis de Lima e conta com o apoio da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e de Limpeza Pública.
Segundo João Carlos Tramarim, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marília, o projeto é um piloto que se estenderá a outros bairros e será o ponto de equilíbrio entre preservação ambiental e segurança alimentar. A ação também é apoiada pelo Programa de Gestão Ambiental do município.
“A prefeitura de Marília recebeu nosso projeto com boa aceitação e tem nos apoiado em cada etapa. Além do reflorestamento com árvores nativas, plantamos frutíferas para atrair os pássaros e pequenos animais silvestres novamente ao centro urbano. Nos espaços entre as árvores, intercalamos cultivos de alimentos, que permitirão uma alimentação saudável às famílias que estão nos auxiliando, além de moradores próximos”, afirmou.
Para o ativista André de Lima, a agrofloresta se faz ainda mais importante nos dias atuais, especialmente no enfrentamento do coronavírus. “Sabemos que muitas famílias estão em dificuldades neste período de pandemia, mas, juntos, podemos mudar essa história cuidando de áreas ociosas e colocando alimentos saudáveis em nossas mesas".
André ressaltou que os proprietários de terra em área urbana que queiram participar do projeto são muito bem-vindos. Na visão do ambientalista, qualquer sobra de área poderá se transformar em um grande projeto ambiental, desde uma horta urbana a uma agrofloresta, desenvolvendo a sustentabilidade e a segurança alimentar na cidade.
“Temos muitas terras que podem receber projetos semelhantes. Orientamos aqueles que desejam desenvolver uma proposta semelhante de agrofloresta para que venham conhecer nossa produção e procurem a prefeitura para apoios e parcerias”.